sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Amar não só com palavras, mas com atitudes




As pessoas da sociedade de hoje estão tão preocupadas com seus próprios problemas e interesses que o próximo se tornou algo insignificante e, na maioria das vezes, é visto como um perturbador, com isso, as pessoas sentem, a cada dia que passa, mais dificuldade de ser para o outro um suporte diante das dificuldades da vida, e infelizmente temos o crescimento de pessoas que aderem consciente e inconscientemente o individualismo como regimento de suas vidas, com isso vão embarcando num itinerário rumo à solidão e a tristeza. 

Um dos efeitos deste estado de isolamento, também algo muito comum que vem causando muito sofrimento às pessoas em nossos dias, é a depressão. Ela é uma doença que faz com que os indivíduos entrem numa tristeza profunda perdendo a esperança e a alegria de viver.

 Havia uma senhora, professora por muitos anos, que vivia muito só e tinha por família apenas uma filha, mas raramente se encontravam, pois não se relacionavam muito bem, contudo, estava passando por problemas de saúde quando veio a conhecer outra educadora que mudara para a mesma escola que trabalhara. Fizeram uma bela amizade e juntas faziam orações e conversavam bastante, uma era para a outra um sinal de Deus. Certa semana, a mulher debilitada faltou por uns dias e nem sequer deu satisfações do motivo, o que desencadeou na novata a curiosidade em saber o porquê do sumiço desavisado.

Após ligações não atendidas, ela partiu da escola com duas professoras, que eram mais próximas, rumo à casa da desaparecida, e logo que chegaram à recepção do edifício o porteiro lhes disse que também não a via há alguns dias, por isso, rapidamente ligaram para a filha dela e pediram permissão para entrar no apartamento, pois vizinhos comentaram a presença de moscas e mau cheiro no corredor. Depressa chamaram um chaveiro e conseguiram abrir a porta, chamaram por ela e nenhum sinal, quando entraram em seu quarto, lá estava ela, deitada em sua cama toda suja de fezes e urina e desacordada, prontamente se puseram a banhá-la e em seguida a encaminharam ao hospital. O diagnóstico revelou que ela havia sofrido uma série de Acidente Vascular Cerebral (AVC), mas, depois de tudo isso, ela ainda está viva, porém hospitalizada e em estado de coma profundo.

Quis dizer isso para ilustrar que mesmo com a reclamação do mau cheiro e com a ausência há dias daquela mulher, nenhum vizinho e nem tampouco o porteiro, tendo percebido que havia algo de errado, foram capazes de tomar alguma providência. Entretanto, o foco principal aqui é a companheira de trabalho que se preocupou e tomou a atitude de ir ao seu encontro. Por isso, mesmo que a humanidade, em sua grande maioria, esteja voltada para si mesma, há pessoas que vivem para o outro e dedicam, se não todo, mas parte de seu tempo em prol da vida e da solidariedade. Uma música nos diz: Quem vive para si empobrece seu viver, quem doar a própria vida, vida nova há de colher.  Portanto quem perde o sentido da vida é porque não descobriu que o sentido dela é fazer-se vida para o outro.


Seminarista Rafael Ribeiro

O Amor e o Tempo




Quando falamos de amor e de tempo, nos deparamos com duas medidas: a de eternidade – por analogia - e a de finitude – por facticidade, respectivamente. Sim, por que o que será o amor senão manifestação da infinita bondade de Deus? O que será o amor senão esse ato supremo da vontade de Deus que permanece fiel a si mesmo? O que será o amor senão a decisão eterna e a medida inexaurível da ação de Deus, que se entrega a nós num movimento perene, absoluto, fazendo-nos capazes Dele mesmo? O amor é justamente expressão do ser e do agir de Deus!

E o tempo? Ah, que medida preciosa da graça de Deus que atua na criação e ordena todas as coisas, segundo o seu transcurso, elevando-as à plenitude da eternidade! Que revelação preciosa da ação de Deus, que é eterno, na finitude de suas obras! O tempo é verdadeiro lugar de encontro com o Senhor; constitui-se legítimo espaço de comunhão entre Deus e o homem à medida que, pelo dom inefável da revelação Divina e pela livre adesão humana, deixa de ser simples “passar” (“chronos”) e torna-se vislumbre do absoluto, eterno e imutável (“kayrós”).

Mas, e quando estas realidades do amor e do tempo parecem não se tocar, por causa de nossas decisões? E quando se se deixa de considerar a envergadura e importância totais de ambos e se passa a acreditar que se pode viver alheio de um ou de outro? Quando a postura que se adota é essa, instrumentaliza-se a um e a outro. Ambos são de importância absoluta para a correta integração do homem, enquanto ser inteiro, voltado à eternidade, ao infinito; ao mesmo tempo que inteiramente participante do mundo material. Se se prescinde de uma realidade ou de outra, seja do amor, seja do tempo, fragmenta-se o homem. É bem verdade ainda que, apesar do esforço por apresentar um e outro, não devem ser vistos como aspectos dissociados. São, na verdade, realidades que se enlaçam, o amor e o tempo.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Grito do Coração



Eis aqui minha vida, Senhor, ajudai-me a vencer as dificuldades que estão por vir, que vossa graça divina me dê forças para derrotar todos os males que me rodeiam.
Maria Santíssima, Mãe querida minha, me cubra com seu manto sagrado e me guie na caminhada que escolhi e que vou enfrentar, também nas minhas dificuldades espirituais porque assim eu posso combater o mal. Quero vencer o meu nervosismo quanto aos estudos, por isso me ensinai a estudar, a rezar e me ensinai a vivenciar, na vida comunitária, como a Sra. vivenciou a morte de seu Filho, no silêncio da vossa graça. Este fardo se torna pesado demais se eu carregar sozinho. Mãe eu vou carregar a minha cruz, como seu Filho carregou a Cruz para o Calvário na sua companhia, mesmo no silêncio eu sei que você está sempre ao meu lado.
Mãezinha eu TE AMO, Maria Santíssima.


Seminarista Raimundo Filho

São Lucas, o escritor da mansidão de Cristo


As devoções aos santos são muito comuns na Igreja Católica. Estes nos servem de exemplo para a nossa caminhada cristã, sem nunca perder de vista nosso maior exemplo, Jesus Cristo. Há muitos santos, alguns mais populares que outros, como por exemplo São Francisco de Assis ou São Bento. Cada um com seus ensinamentos, com os seus milagres, enfim, com o seu exemplo. Por isso, resolvi escrever sobre o santo ao qual tenho devoção, São Lucas Evangelista. Muito conhecido, porém pouco se houve falar em devoções a ele. Infelizmente, não temos muitas informações sobre sua vida; não tanto quanto temos de santos que viveram mais recentemente. Mas, consegui reunir algumas informações que adquiri com um pouco de pesquisa, com meus estudos sobre a Sagrada Escritura durante este ano, e também lendo um pouco sobre ele na tradição passada pelos primeiros Padres da Igreja. São Lucas para mim é um exemplo do Cristo misericórdia, de um Jesus que cuida dos mais necessitados. O fato de termos poucas informações sobre ele mostra sua humildade; escreveu bastante sobre Jesus, sobre Maria, sobre os Apóstolos e sobre a Igreja nascente. Apesar de ter tido grande importância no ministério de Paulo, não colocou o seu nome se quer uma vez em seus livros. Sem muito prolongar, escrevi algumas informações sobre ele e sobre seus escritos.

            Lucas nasceu em Antioquia da Síria. Cresceu em uma família pagã. Mas  foi convertido pelo Apóstolo São Paulo, do qual se tornou inseparável e fiel companheiro. Nas prisões de São Paulo, Lucas acompanhou o mestre, tanto no cárcere como nas audiências, presença que o confortou nas masmorras e deu-lhe ânimo no enfrentamento diante do tribunal do imperador. Na segunda e derradeira vez, Paulo escreveu a Timóteo que agora todos o haviam abandonado, menos um:"Só Lucas está comigo". E essa foi a última notícia certa do evangelista. Lucas foi médico, conforme diz São Paulo na carta aos Colossenses (4,14): “Saúda-vos Lucas, nosso querido médico”. Além disso, segundo algumas tradições, ele ainda foi historiador, músico e pintor.

Inauguração Oficial do Blog Propedêutico!

Essa foi a nossa confraternização em comemoração do lançamento do Blog Propedêutico e também de fim de ano. Estávamos nós, seminaristas, juntamente com os Padres formadores, os professores e convidados. Preparamos algo simples, mas com intuito de chamar a atenção para o Seminário Propedêutico São José de Taguatinga que até então muitas pessoas não conheciam, pois não existia nada sobre nas redes sociais.


A decoração com as nossas caricaturas foi planejada e desenhada pelo Seminarista Gustavo Xavier; o momento de música ao vivo com o Seminarista Rafael Ribeiro; um momento de entrevista para a Revista Brasília Católica com a Andrea Cammarota, jornalista da Arquidiocese de Brasília. Um momento muito bom para a nossa fraternidade quanto turma e também reafirmar nosso testemunho diante das redes sociais.


Agradecemos a todos que de alguma forma participou conosco deste momento! E aí vem a pergunta que não quer calar... E você, já pensou em ser Padre? Já pensou em doar a sua vida pra Deus?
Pense nisso enquanto vê, através das fotos, como viver a alegria de ser cristão até dentro do Seminário, até na busca do sacerdócio!























Seminarista Thaisson Santarém

Os últimos desenhos...

Raimundo Filho


 Vitor Correia

















Pe. Miguel Alon






Pe. Cícero Lima





















Prof. Renata






Essa é a nossa professora de Português que motivou toda essa festa!

Ainda tem Seminaristas para serem descobertos nos desenhos...

Silas Cesar


Rafael Ribeiro


Elisvaldo Amaral



Anderson Jorge

E esses Seminaristas aí? Quem são?

Luiz Octávio 


Felipe Souza


Jeferson Queiroz


Lucas Meneses

Quem conhece esses Seminaristas aí?


Gustavo Xavier




Thaisson Santarém




José Eudes

Fica a dica para quem quer fazer uma pintura: Datashow + Papel e Tinta + Criatividade.

Preparativos para a Festa de Inauguração Oficial do Blog



 Deem uma olhadinha nos preparativos da nossa Inauguração Oficial do Blog Propedêutico...





terça-feira, 27 de novembro de 2012

Discipulado



Não quero estar em maus caminhos
Quero estar sempre contigo, Senhor.
Debaixo de Tuas asas, meu abrigo protetor,
Afagado pelos Teus carinhos.

Após de Ti eu seguirei;
Nas fadigas persistirei.
Que a Tua Palavra mude minha vida
Para transformar Tuas criaturas queridas.

Deixei tudo para Te seguir,
Não quero voltar atrás,
Quero viver só por Ti,
Pois só assim terei paz.

Te conheci por causa de Tua Palavra,
Meu coração ficou em chamas
Persevere em minha alma,
É o que coração clama.
  

No balançar das águas do Teu amor,
Prometi que mesmo na dor
Não Te abandono.
Ao Teus pés Te escutarei
Até a cruz seguirei
A Tua Paixão eu proclamo

Me chamaste para caminhar na vida contigo,
Vou até o fim, na dor, no sangue e até no perigo
Permanecendo nesse amor, vou me consumindo
Sou agora morada do Santo Espírito.

Pode ser que a renúncia me abale,
Mas não posso deixar que Tua boca cale
Fraquejar... pode até acontecer,
Mas por Tua vontade vou vencer.

Quero fazer valer cada gota de sangue
Derramada por mim. Não mereço!
Perseverar Teu proceder
É e será meu fim. Recomeço!


Seminarista Felipe Souza

Você aceita um pedacinho do céu?



Quando estamos na Santa Missa...
Em algum momento lembramos ou rezamos à Santíssima Trindade? À Nossa Senhora? Aos Santos? Aos Anjos?
Sim! Então, alguém concorda que o céu inteiro para tudo que está acontecendo (gente batendo carimbo, assinando folha de ponto, intercessão, etc.) para estar na Santa Missa?!

Brincadeira à parte é uma comparação para ilustrar como a Missa acontece. Como disse muito bem o Beato João Paulo II: "A Missa é um pedaço do céu".
E o que é que tem na Santa Missa de importante para toda a “galera” do céu se fazer presente? Deus entra na história da humanidade na pessoa de um Homem-Deus chamado Jesus. Ele ensinou de modo simples como se deve viver a vida tranquilamente e AMAR acima de tudo, garantindo assim o céu que já foi dado como graça através da maior prova de amor que existiu: Deu a vida por toda a humanidade!

Dá pra imaginar que Deus se fez homem e decidiu sofrer por amor a todos nós, sem nenhum de nós merecermos?! Esta foi a "Paixão de Cristo"! Realmente, podemos também dizer que foi uma “paixão grande” por cada um de nós; uma vontade imensa de nos ver no céu, na felicidade eterna; uma “misericórdia gigante” capaz de não conceber de modo algum que nós, filhos de Deus, continuássemos no inferno, ou seja, distantes da presença de Deus.

Este ato de salvação foi tão significativo que se estendeu além do tempo, alcançando aqueles que viveram desde os primórdios da terra, e perpassando a história continua tocando e mudando a vida de muitos, a nós e aos que ainda vão nascer. Perpassou o que conhecemos como tempo!

Quando participamos da Missa, entramos em comunhão com Deus na Santíssima Trindade; reconhecemos os nossos erros e clamamos por piedade; glorificamos a Deus pelo perdão concedido e por nos aceitar; paramos tudo para escutá-Lo a nos aconselhar, “puxar nossas orelhas”. Depois de escutar Suas palavras de amor, reafirmamos nossa fé, preparamos a mesa do banquete eucarístico, a refeição do céu, e entregamos a nossa vida a Ele. Enfim, chega o momento mais esperado... O céu se abre e o mesmo Verbo que se fez carne, se faz presente através do pão e do vinho, Corpo e Sangue de Cristo humilde e acessível a nós. Por fim, Ele se entrega a nós e também nos entregamos a Ele em uma total comunhão de amor. Ao final, vivemos e reconhecemos um dos principais nomes da Missa: Missão! Após a Benção Final somos enviados à missão e percebemos que a Missa começa também a partir deste momento!

Contudo, vivamos esse maravilhoso mistério! Quando irá experimentar desse pedacinho do céu?

Seminarista Thaisson Santarém

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Páscoa na Fazenda Senhor Jesus

Esse ano tivemos a oportunidade e a graça de fazer um trabalho pastoral na Fazenda Senhor Jesus (fazenda de recuperação de dependentes químicos), no Recanto das Emas; e celebramos com os irmãos internos a Páscoa. Vejam algumas das fotos de nosso trabalho e da nossa linda celebração.




quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Onde você mora?


“Vinde e vede!” foi a reposta de Jesus para seus discípulos quando eles perguntaram onde Ele morava.   Essa é a nossa missão, ir ver onde o Senhor mora, e assim sermos discípulos de Jesus em meio a tantas dificuldades, um caminho difícil, porém preciso, levar a Luz de Cristo a tantas vidas e lugares escuros é o objetivo primordial de nós cristãos guiados pela palavra de Cristo que nos diz: “Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Marcos 16,15).


Evangelizar é o que a Igreja nos pede nos dias de hoje, o mundo nesses últimos tempos passa por mudanças bruscas que levou a um grande esfriamento da fé. O avanço da tecnologia, da ciência e a ganância por dinheiro foi atropelando conceitos e virtudes cristãs e humanas primordiais. É fácil ver famílias sendo destruídas pelo vício da televisão, dinheiro e de pessoas que se enganam procurando uma vida semelhante a uma “novela” ou um “filme”. Jovens cada vez mais desligado do mundo real, desligado de suas famílias, amigos e deslumbrados pelo mundo virtual da internet, dos jogos, dos celulares entre outros.

É triste observar que o ser humano virou “jogo” nas mãos das pessoas que “governam”, jogo esse em que algumas pessoas decidem a hora de acabar e de começar, a briga para a legalização do aborto, discussão de quando começa a vida são problemas e mostram cada vez mais que devemos ser Discípulos e Missionários autênticos de Jesus Cristo testemunhando a nossa fé.


Como conviver com todos esses avanços e continuar a missão deixada para os apóstolos? Pois bem, temos que tomar consciência de que somos diferentes, somos de Cristo, ele sofreu, morreu e principalmente ressuscitou por cada um de nós, por isso devemos acreditar, conhecer e vivenciar esse amor que Jesus tem por nós, “uma palavra comove muitos, já um testemunho arrasta multidões”.

     Por começo devemos valorizar a vida, o bem maior do homem, a perfeição da criação. Mostrarmos a dignidade que cada ser humano tem e que foi dado por Deus, devemos valorizar os meios de comunicação cristã, Rádio, televisão, internet, pois é uma forma de evangelização direta. O papa Bento XVI recentemente manifestou a importância de utilizar principalmente as redes sociais da internet para a evangelização e a necessidade de uma "nova evangelização" e um maior conhecimento da fé. 

Devemos lembrar que temos que evangelizar com ardor missionário, para mostrar que nós somos diferentes. Com o passar dos anos e com todos os problemas que já relatei, nós perdemos uma coisa muito preciosa da nossa fé, que é a religiosidade popular (novenas, terços, procissões) devemos recuperar isso e principalmente voltarmos a ser a devotos a Nossa Senhora, nossa mãe que é para nós o exemplo de discípula de Jesus.


Temos grandes metas, ser discípulos e missionários o que nesse tempo não é fácil, mas também não deve ter sido fácil para os apóstolos na época deles, então temos que pedir ao Espírito Santo que nos ilumine e nos ajude para essa missão grandiosa. Devemos pedir a Jesus que ilumine os nossos sacerdotes e seminaristas que em meio a tantas trevas continuam perseverantes, que Deus possa suscitar no coração dos jovens para a vocação de seguir esse caminho tão belo do sacerdócio e para as jovens à vida consagrada, que é uma doação belíssima a Jesus Cristo.

É preciso uma atitude de mudança e coragem para sermos discípulos e missionários, o caminho não é fácil como diz o próprio Jesus: “quem quiser seguir-me pegue a sua cruz e siga-me”, essa cruz vale a pena, ou melhor, vale a Vida Eterna. A atitude de mudança não é para pensar, mas para responder hoje, pois precisamos de discípulos e missionários que mostrem os pontos positivos dos avanços do mundo e que dessa forma morem junto com o Mestre, testemunhando que Jesus é o Único Caminho a ser seguido para chegar ao céu, tudo tem que girar em torno Dele para Ele e com Ele.


Seminarista Silas César

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Eclesiologia de comunhão: A relação ministério-comunidade



Atualmente parece predominante uma mentalidade que busca enaltecer os ministérios não ordenados. Tal fato é bastante positivo e justo porque tira dos leigos uma posição demasiadamente passiva. Aqui lembramos que verdadeiramente o clericalismo foi muito prejudicial para a comunidade dos fieis leigos, pois não davam a eles um verdadeiro protagonismo tanto na participação da liturgia como nos diversos trabalhos da comunidade.

Quando contemplamos Jesus nas diversas situações em que se encontra com as pessoas necessitadas e marginalizadas do seu tempo percebemos que o seu ministério de cura ou de pregação não impedia o protagonismo das pessoas, muito pelo contrario ele enaltecia: “Tua fé te salvou” (Lc 7, 50; 8, 48.50; 18, 42), esta frase de Cristo a encontramos muitas vezes nos evangelhos. Através desta expressão Cristo quer mostrar não que a fé é algo subjetivo, mas que ela se vive de modo ativo.

Jesus não diz: eu te curei ou eu te salvei (ainda que seja verdade tal fato), mas “tua fé te salvou” mostrando assim que a salvação que ele veio nos dar não tira nossa responsabilidade nem muito menos impede nosso protagonismo. A fé é um modo de protagonizar nosso seguimento de Cristo, por isso esta deve ser vivida de modo ativo.

Verdadeiramente Deus, e somente Ele, pode nos conceder a salvação, mas a busca pela salvação se realiza de modo ativo e operante. De modo que para alcançar esta salvação concedida por Cristo, o cristão deve ter uma atitude ativa e protagonista.

O ministério de reconciliação que Cristo realiza em nosso favor não impede o nosso protagonismo, antes exige de nós uma atitude ativa. A encarnação mesmo sendo obra do Espírito Santo, não tirou o protagonismo de Maria. Observamos que o anjo se afasta somente quando ouve resposta ativa e operante de mãe do Senhor: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38).

O ministério sacerdotal na Igreja durante muito tempo, ao contrario de como Jesus realizava seu ministério, deixava os fieis numa atitude totalmente passiva e subjugada. Por isso é justo e necessário a valorização dos ministérios leigos. Os fieis também são chamados a atuarem de modo ativo na missão da Igreja, os ministérios não-ordenados são um grande serviço a todo o povo de Deus (leigos e hierarquia não esqueçamos, como expressa a LG 11, fazem parte do povo de Deus). 
 
Contudo, apesar de toda essa valorização dos ministérios na Igreja, temos que evitar outra mentalidade, muito prejudicial, que é a de relacionar os ministérios não ordenados unicamente a dignidade dos leigos. Há quem diga que os ministérios não-ordenados são importantes unicamente porque valorizam o papel do leigo. Os ministérios não são para afirmar ou mostrar a dignidade dos leigos. A importância dos ministérios é que eles estão a serviço da Igreja. A finalidade dos ministérios não é afirmar a dignidade dos leigos, mesmo que esta afirmação seja justa, os ministérios são para o bem comum (1Cor 12, 7; 14, 3-12), ou seja para edificação de toda a Igreja. Os diversos ministérios não têm como finalidade a afirmação da dignidade dos leigos, eles são um serviço (diaconia) cuja finalidade é a edificação do Corpo de Cristo (Ef 4, 12).

“Deus suscita ministérios na comunidade e para comunidade”[1]. Assim como os ministérios ordenados não podem estar a serviços daqueles o exercem, assim também os ministérios não-ordenados não podem estar a serviço daqueles que os exercem. É necessário colocar os ministérios numa estreita relação com a comunidade (toda a comunidade), esta é, pois uma tarefa importante da teologia: “Historicamente os ministérios aparecem ligado indissoluvelmente a comunidade” [2].

Igreja toda é ministerial, por isso temos que ver o ministérios não em relação a uma categoria de fiéis da Igreja, sejam eles presbíteros ou leigos, se no passado os ministérios estavam relacionados a pessoa do padre, hoje temos o risco de falar dos ministérios não-ordenados, somente em relação a dignidade dos leigos, como se os ministérios não-ordenados existissem apenas para salvaguardar a dignidade dos fieis. Como diz são Paulo os ministérios são para o bem comum. Eles existem para a edificação de toda a Igreja (Ef 4, 12).   

Assim expressa Oñatibia sobre este fato de relacionar o ministério somente a pessoa: “a partir de uma concepção da Igreja como uma instituição e sociedade, os ministérios eram definidos durante todo este período em termos de poderes sacramentais inerentes a pessoa, sem uma conexão aparente com a comunidade[3]

A relação ministério-comunidade é tão estreita que até mesmo sua redescoberta na teologia contemporânea está ligada a um fator marcadamente eclesial. É a partir da renovada eclesiologia de comunhão que se torna possível situar os ministérios dentro do contexto de serviço à Igreja. A visão de ministério como um serviço à comunidade só foi possível graças à compreensão, lançada pelo Concilio Vaticano II (LG 13), da estrutura social da Igreja como comunhão.

Os ministérios, sejam eles ordenados ou não, devem ser lidos a partir da categoria de serviço, é desse modo que Cristo interpreta seu ministério: Ele veio para servir e não para ser servido (Mc 9, 35;  Mt 23, 11; Lc 22, 26s). Os ministérios são um serviço, não uma condecoração ou símbolo para afirmar a dignidade de quem quer que seja.


Padre Miguel Alon



[1]  Oñatibia, «El sacramento Del ordem», in: Borobio (diretor), La Celebración en la Iglesia: Sacramentos, Ediciones Sigueme, Salamanca, 5ª Ed., 2008 pg. 636.
[2] Ibid, pg. 637.
[3] Ibid, pg. 617.

Amizade com reciprocidade


Embora a amizade seja um amor puro e desinteressado em sua essência não nega a possibilidade de uma reciprocidade necessária para uma boa convivência entre pessoas amigas.

Isso se dá pelo fato de que o coração humano precisa ser preenchido pelo cuidado e atenção que é dado à pessoa amada, por isso se exige a reciprocidade.





Seminarista José Eudes

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Vocação


Todo cristão tem uma vocação. Ela é um chamado de Deus, cujo objetivo é a realização da pessoa humana; é dom divino, pois visa à construção do Reino dos Céus. Somos chamados primeiramente à santidade; sendo um adolescente santo, certamente o relacionamento com pais, irmãos e amigos será diferente.
 Existe uma diferença entre Vocação Fundamental e Vocação Específica. Podemos entender por Vocação Fundamental o chamado de cada pessoa à vida, a ser filho de Deus, a ser cristão. A vocação específica é justamente aquela a que somos chamados a seguir, seja religiosa, sacerdotal ou laical.
Durante toda a vida de um jovem existem certas situações que o levam a se afastar de Deus, deixando que outras coisas tomem o lugar do Mestre que deveria ser o primeiro, seja um namoro e até mesmo as amizades.
Caminhando na Igreja, com persistência na oração, o filho de Deus encontrará a vontade do Pai em sua vida e assim se cumprirá o desejo divino de sermos todos felizes e, é exatamente isto que Ele quer: que seus filhos sejam felizes.
Ao tomar uma decisão tão importante para continuar os passos de Nosso Senhor Jesus Cristo, deixa-se família, amigos e bens e deposita-se toda confiança n’Aquele que nos criou. É importante deixar que o Espírito Santo nos conduza para melhor discernir a Sua vontade.
São José, rogai por nós!

Seminarista Felipe Souza

Nunca Perca de Vista o seu Ponto de Partida




Prezados irmãos em Cristo Jesus, o Senhor da vida nos chama hoje a fazer uma experiência com seu amor de Pai que ama e perdoa nossos pecados porque é um Pai amoroso e misericordioso. “Senhor jamais abandona, quem vos procura” (SL 9,11b). Infelizmente, constatamos uma grave crise de ideais em nossa fé. Para os Cristãos, sobretudo para os Católicos, os santos são modelos e incentivo para uma vasta abertura de horizontes empolgantes e construtivos.

Por vocação, somos todos chamados à santidade na construção do Reino de Cristo entre os homens, nossos irmãos. Os santos nos mostram caminhos, abrem-nos pistas de santidade, apontam-nos ideais, inspiram-nos coragem e imploram em nosso favor, auxílio e graças divinas.

A vida dos santos é o evangelho vivido com fidelidade no dia- a- dia e nas contingências mais variadas da vida, e como tal, deve encontrar lugar de honra em nossa espiritualidade. A Igreja Católica tem uma grandiosidade de santos, dos quais nos servem de modelo para nossa vida de cristão.

O Concílio Vaticano II, especialmente na Constituição Dogmática sobre a igreja e no Decreto sobre a Liturgia, nos faz compreender o sentido e o valor da veneração dos santos: “Quando consideramos a vida daqueles que seguiram fielmente a Cristo, somos incitamos a buscar com novas motivações da Cidade futura” ( cf. Hb. 13,14; e 11,10) e simultaneamente instruídos sobre o caminho seguríssimo pelo qual, entre as vicissitudes do mundo, segundo o estado e a condição de cada qual, podemos chegar à perfeita união com Cristo, ou seja, à santidade” ( Lumen Gentium, n.50). 

A Igreja possui uma maravilhosa galeria de santos que nos serve como modelo para nossa vida de cristão. Que neste tempo favorável da graça  possamos corresponder a este chamado de viver a vontade de Deus em nossa vida, buscando ser santo como Nosso Pai é santo e cotidianamente viver a fé, caridade e esperança de chegarmos a morada eterna e nos encontrarmos com Ele. Este ano da fé somos chamado viver como diz o catecismo (CIC), “a fé é base da vida cristã, pois é nossa adesão a Jesus Cristo”, nossa fé é capaz de transformar situações e os nossos corações, também o meio em que habitamos, pois nos mostra o caminho pra viver a santidade.

O segredo da nossa vida, da nossa eficácia, da santidade, não está em ser “super homem”, mas sim viver a lei do amor. E viver esse amor não somente quando as coisas vão bem ou quando eu sinto a presença dele em mim, mas que possa ser capaz de amar também quando essa presença eu não sentir. O santo é aquele que faz a experiência com cristo Morto e ressuscitado e glorificado e deseja levar aos outros a ter este contado com este mesmo Deus de amor e misericórdia, que nos transforma e restaura e nos faz novas criaturas. Que possamos deixar ser conduzidos por este Senhor que nos dá a vida e mostra o rosto desse Pai que nos alimenta com sua Palavra e Eucaristia e depois de alimentados ficarmos restabelecidos de nossas forças e deixarmos ser guiados e conduzidos pelo Espírito Santo de Deus.

A oração não é apenas algo conveniente; não é só conselho. É mandamento, preceito, indispensável àquele que desejar viver uma vida de santidade, Santo Agostinho, em seus escritos afirma: “Se estes e aqueles se santificaram, por que não o posso eu, se a graças de Cristo é a mesma”? Assim questionava o santo, antes de sua conversão.



 A santidade também passa pelo silêncio, visto que muitas vezes precisamos silenciar nosso coração e escutar a voz do mestre que ensina a cada um de nós. Santa Clara de Assis transmite em seu seus escritos que “O silêncio é a linguagem de quem ama; é melhor que a palavra humana renuncie e se exprima com afeto. Somente a alma, na sua linguagem silenciosa, consegue fazer o que sentimos”. Pois é somente assim que podemos nos colocar a disposição do nosso próximo. "Ó Senhor, dá-me viver e morrer no pequeno ninho da pobreza e na fé dos teus Apóstolos e da tua Santa Igreja Católica. "(Santo Antônio)

Sede santos como vosso pai é santo! sede perfeitos como Ele é perfeito!  Diante disso, valorize o chamado da santidade em sua vida.!!! Estamos convocados a sermos “sal da terra e luz do mundo” (Mt 5,13-16).

 Que Deus Todo Poderoso nos abençoe e proteja por intercessão de todas as Santas e Santos e volte para nós os seus olhos misericordiosos, nos dê paz e tranquilidade, derrame sobre nós as suas graças e nos aceite no céu em companhia de todos os santos quando chegar a hora. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Paz e Bem!

Seminarista Elisvaldo Amaral