sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Amar não só com palavras, mas com atitudes




As pessoas da sociedade de hoje estão tão preocupadas com seus próprios problemas e interesses que o próximo se tornou algo insignificante e, na maioria das vezes, é visto como um perturbador, com isso, as pessoas sentem, a cada dia que passa, mais dificuldade de ser para o outro um suporte diante das dificuldades da vida, e infelizmente temos o crescimento de pessoas que aderem consciente e inconscientemente o individualismo como regimento de suas vidas, com isso vão embarcando num itinerário rumo à solidão e a tristeza. 

Um dos efeitos deste estado de isolamento, também algo muito comum que vem causando muito sofrimento às pessoas em nossos dias, é a depressão. Ela é uma doença que faz com que os indivíduos entrem numa tristeza profunda perdendo a esperança e a alegria de viver.

 Havia uma senhora, professora por muitos anos, que vivia muito só e tinha por família apenas uma filha, mas raramente se encontravam, pois não se relacionavam muito bem, contudo, estava passando por problemas de saúde quando veio a conhecer outra educadora que mudara para a mesma escola que trabalhara. Fizeram uma bela amizade e juntas faziam orações e conversavam bastante, uma era para a outra um sinal de Deus. Certa semana, a mulher debilitada faltou por uns dias e nem sequer deu satisfações do motivo, o que desencadeou na novata a curiosidade em saber o porquê do sumiço desavisado.

Após ligações não atendidas, ela partiu da escola com duas professoras, que eram mais próximas, rumo à casa da desaparecida, e logo que chegaram à recepção do edifício o porteiro lhes disse que também não a via há alguns dias, por isso, rapidamente ligaram para a filha dela e pediram permissão para entrar no apartamento, pois vizinhos comentaram a presença de moscas e mau cheiro no corredor. Depressa chamaram um chaveiro e conseguiram abrir a porta, chamaram por ela e nenhum sinal, quando entraram em seu quarto, lá estava ela, deitada em sua cama toda suja de fezes e urina e desacordada, prontamente se puseram a banhá-la e em seguida a encaminharam ao hospital. O diagnóstico revelou que ela havia sofrido uma série de Acidente Vascular Cerebral (AVC), mas, depois de tudo isso, ela ainda está viva, porém hospitalizada e em estado de coma profundo.

Quis dizer isso para ilustrar que mesmo com a reclamação do mau cheiro e com a ausência há dias daquela mulher, nenhum vizinho e nem tampouco o porteiro, tendo percebido que havia algo de errado, foram capazes de tomar alguma providência. Entretanto, o foco principal aqui é a companheira de trabalho que se preocupou e tomou a atitude de ir ao seu encontro. Por isso, mesmo que a humanidade, em sua grande maioria, esteja voltada para si mesma, há pessoas que vivem para o outro e dedicam, se não todo, mas parte de seu tempo em prol da vida e da solidariedade. Uma música nos diz: Quem vive para si empobrece seu viver, quem doar a própria vida, vida nova há de colher.  Portanto quem perde o sentido da vida é porque não descobriu que o sentido dela é fazer-se vida para o outro.


Seminarista Rafael Ribeiro

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